quarta-feira, 25 de março de 2020

Constituiu-se

Era um certo dia vinte e cinco,
De um certo ano, mês de março
Quando o Imperador com  afinco,
Assinou a lista de leis sem embaraço.

Era ano de mil e oitocentos,
E já se passavam vinte e quatro,
Depois de se constitui como o centro,
De uma independência feita em fato.

O que se entitulava o Imperador,
Reivindicou para si mais Direitos,
Fez para seus descendentes um andor,
E pediu a eles sua própria garantia.

Queria em suas mãos poder pleno,
Para gerenciar o seu novo mundo,
Dos escravos não abria mão, sereno,
Queria pra votar que tinha um fundo.

Acima do parlamento se colocava,
Exigindo para si alta reverencia,
Nem tanto da mulheres ele lembrava,
Nem os que escreveram com eminência.

Eis que hoje tal data do passado,
Ilustra a rua de enorme comércio,
Onde quase tudo pode ser encontrado,
De importadas tecnologias até  remédio.

E a leve desordem hoje lá espalhada,
Pouco lembra a ordem de uma carta magna,
Mesmo por que dá nome a uma avenida,
Mais democrática que uma lei que estagna.

25/03/2020



terça-feira, 24 de março de 2020

Uma Bactéria

A história até pode parecer,
Por vezes figurinha repetida,
A séculos uma praga fez morrer,
Muitos grandes nomes em vida.

Por um pequenino invisível,
Que nos pulmões se alojava,
E acometida de mal horrível,
Quem a este ser Hospedava,

Não era um vírus qual é
E sim do reino das bactérias,
A Peste Branca matava a fé,
E levava a muitos sem ferias.

Até que certos cientistas,
Identificará e tal bendita,
E foram reunindo pistas,
De como virar o disco ou fita.

Criaram as medicações certas, 
E colocaram em controle,
Uma doença das mais incertas,
Que exterminou a muita prole.

Mesmo até hoje ela persiste,
Mas pode ser com calma curada,
Mata ainda quem da cura desiste,
Mas já não assombra madrugadas,

Nem leva aos montes, o artista,
Como um mero mal de amargurados,
A Tuberculose hoje já e apenas vista,
Como um mal que aflige descuidados.

24/03/2020




Má DiGestão

O que está fazendo tanto mal, 
Qual a causa desta moléstia,
Tanto mal estar, já sem igual,
Quanta conversa está dispersa.

Parece até se espalhar alguma azia,
Caras de quem comeu e não gostou,
O prato servido, não era o do bom dia,
E muita gente neste prato é que votou.

Dói a barriga engolir certas palavras,
Mas todos já conheciam o tempero,
Picante pimenta até em suas folhas,
Papéis que se trocam, sem esmero.

Será que no fundo é uma virose,
Ou todos resolveram beber na globo,
Será que tal bebida causará cirrose,
Será exagero, a revolta de um povo.

Alimentando com carne indigesta,
A indignação de um discurso insano,
Na contramão do que o mundo manifesta,
Após o regurgito quem passará o pano?

Queiram os céus que haja um remédio,
Que cure e evite, de mais miséria chegar,
Afinal todo mal estar, revolta e tédio,
Não deveria, ao menos, em pizza acabar.

Pátria Amada de Amarelo e verde,
Confusa em meio a tanta confusão,
Não digere mais, por justiça, sua sede,
E ainda em frente segue "Má de Gestão".

24/03/2020

segunda-feira, 23 de março de 2020

Nas Nuvens

Quem sabe quando a chuva virá, 
Ou se o ar estará muito seco,
Analisando o que no céu está,
Prevê o que pode vir e seu eco.

Nas nuvens vive a pensar,
E até nome sabe dar a elas,
Sabe qual pode onde chegar,
E quais só se pintam na tela.

Neste azul celeste tão lindo,
Prevê de brisa a catástrofes,
Raramente erra o vem vindo,
Escreve o tempo como estrofes.

Numa previsão complexa,
Vê o sopro e velocidade do vento,
Mostra as vezes o que interessa,
Previne muitas vezes o mal momento.

Salva a roupa do varal,
E até acelera a colheita,
Mago do tempo genial,
Baseia-se nos dados sem ceita.

Cientificamente falando,
Ele só não faz chover,
Vive o tempo analisando,
Pra o que pode vir prever.

E se não der pra saber quem é,
Limpe o para brisa e a vista,
Nas nuvens quase em nível de fé,
Muitos acredita no Meteorologista.

23/03/2020