quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Nas Aguas

Doce imagem do conforto,
Sereia não, uma Deusa já,
Na calmaria xicara de chá,
Dos navegantes mãe e porto.

Com a docura do cajá,
Segura voz do absorto,
Corrigindo o rumo torto,
A acalmar com o maracujá.

A familia do vivo e morto,
Como quem guarda o pirajá
Idoso ou criança é envolto.

Castiga a quem bravejá,
Nas aguas irriga ao horto,
Dos mares rainha, Iemanjá.

02/02/2022



segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Uma Cidade

Olhares que não se cansam,
Tenso habitat de gigantes,
Mentes as vezes distantes,
Sonhos que aqui não param.

Ouro dos tolos brilhantes,
Ódios que aqui se acalmam,
Dores que aqui trafegam,
Transito, pulmões ofegantes.

Lar dos que aqui chegam
Locomotiva de constantes
Entre inconstantes que negam.

Uma mistura, mentes mutantes,
Construídas pelo que alegam,
Teses, trabalhos, estudantes.

24/01/2022








domingo, 23 de janeiro de 2022

Fora da Janela

Do lado de fora dela, 
Tanta opinião distorcida,
Discursos em nome da vida,
Justificam paisagem não bela.

Gente doente e ferida,
Tem cavaleiro e donzela,
Há quem até se esgoela,
E nem sabe mais como lida.

Ao longe cada passarela,
Desfila a mentira doída
Pertinho atravessa singela.

Tem gente já esvaída,
Do lado de fora da janela,
Tentando achar a saída.

23/01/2022



 



sábado, 22 de janeiro de 2022

Em Sem Ações

Quem melhor representa,
O ser, o saber ou o crer,
O lutar, o gritar ou querer,
Quem a si mesmo isenta.

Olhares julgam sem ver,
Peça pregada, se inventa,
A plateia então se contenta,
Todos a gargalhar e comer.

O Público se aposenta,
Sem o respeito merecer,
O velho não aparenta.

Idades sem tempo a perder,
Réu o autor de encenações,
Condenado a suas peças ver.

22/01/2021