quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Carência


Bendito não seja este vazio,
Que de nada preenche o coração,
Bendito não é o Desejo e o Cio,
Bendita, não será, a falsa atração.

Não são belas palavras, são reais,
O Corpo que distraído esfria,
O ciúme e a imagem do que jaz,
Falta do sentimento é a poesia.

A frieza que faz chorar o peito,
A falsidade o medo e toda a dor,
Vazio cheio de nada já desfeito,
Mistura do que se desfaz desamor.

Erro ingênuo vício insano,
Tornar divino a figura do intocável,
Escuro temeroso e Profano,
Santificar o que é irrealizável.

De repente cada palavra é nula,
O destino nebuloso como o nada,
O doce é fel amargo, mas engula,
E a dúvida é se tudo e uma Cilada.

Carência a mãe da inutilidade,
Rainha dos corações feitos Frios,
Afasta-te dos sorrisos de verdade,
Ser carente traz aos ossos arrepios.

Carência é a tradução existente,
De escondido vazio que enlouquece,
Carentes todos são, fora da mente,
Preço dos mal-amados, que entristece.

20/08/2015



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