segunda-feira, 19 de março de 2012

Simples

Provido de um medo amargo,
Em um doce momento sorriso,
Sente meu peito um afago,
Sensação momentânea de paraíso.

Na qual vejo de longe meu ser,
Este frágil monte de ossos,
Provido de tanto e tanto querer,
E perdido qual água em poços.

Eu aquele que por querer ser santo,
Assumo ser sujeito ao pecado,
Lanço sobre meu ser um manto,
Que tenta esconder o errado.

Mas desejo o amor, não a dor,
O carinho e não estar sozinho,
O prazer completo e não o temor,
A sensação doce do beber o vinho.

O arder dos corpos que se apegam,
A vontade do compartilhar desejos,
Unir forças que até a razão cegam,
Seladas no doce calor dos beijos.

A Rosa purpura há tempos descrita,
Que está nos tolos pensamentos,
E que parece ser sombra maldita,
De segredos guardados momentos.

Floresce viva e descomplicada,
Basta um olhar um sorriso,
Para a razão tornar se um nada,
E virtualizarmos um paraíso.

Alguns permanecerão nesta ilusão,
Por sorte farão do amor, "ETERNO",
Porem outros feridos sairão,
Fazendo do paraíso seu Inferno.

Simples como a realidade,
O que busco não satisfaz,
Pode irritar outros, Verdade,
Mas a mim trará alguma Paz.

19/03/2012


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Memorial


Em tudo que há de presente,
O passado tem algo ligado,
O corpo a alma ou a mente,
Haverá algo relacionado.

E em lembrança do que é,
Algo no futuro também será,
São memórias de razão e fé,
Que permitem ver o que virá.

Um tríduo de equilíbrio pleno,
Entre os tempos existentes,
Das vidas o eterno templo,
Futuro, passado e presente.

Um divagar de ideias soltas,
Que ao leigo é sem sentido,
Como se a estas fossem outras,
Ideias dos que tem sobrevivido.

Mero som de almas mortas,
Anseios sonhos perdidos,
O que ontem eram portas,
Hoje são muros erguidos.

O fim ou o início do outro lado,
Aos que ficam a esperar, resta,
Rever o que foi antes sonhado,
E aos poucos a cortina se cessa.

Em memória do ontem,
Vive se o hoje distante,
E que os dias se contem,
Para um futuro não brilhante.

06/02/2012



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pesadelos

Duas linhas paralelas,
Não devem nunca se cruzar,
Viver é sempre uma delas,
A outra linha é o sonhar.

A beleza da flor não eterna,
O sol no céu lindo, sorridente,
A amizade bela, doce e terna,
O dia claro, porém, quente.

As flores que murcham, padecem,
O raio ardente de sol queima,
Falsas amizades reaparecem,
E todo dia traz novo dilema.

O sonho é poético, harmonia,
O real é patético, ilógico,
O sonho da ao peito alegria,
O real deixa cérebro caótico.

E se por acaso tais linhas se cruzam
Causas reais plenas e puras,
Nos sonhos pesadelos se tornam,
E na realidade se tornam loucuras.

Ver em tudo beleza é insano,
Mas ser demais realista e arriscado,
Viver sonhando é bem humano,
Loucura são pesadelos realizados.

A beleza da vida,
Plena apenas será,
Se entre essas linhas,
Puder a mente pairar.

Que a ausência dos sonhos,
Não se torne pesadelos,
E que a presença dos planos,
Permita realizado vê-los.

Triste manha Julina,
Que anunciou sua partida,
Descansa Azul, Rosa Menina,
Que fostes por alguém querida...

02/02/2012


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Má Temática

Em que se baseia a lógica?
Num belo dia de sol, ilusão.
Onde a variada ótica.
Remete a qualquer discussão.

Um olhar de otimismo,
De um bom dia chamará,
Já aos olhos do lirismo,
Um lindo dia de sol será.

Aos olhos do pessimista,
O calor vai incomodar,
E ao homem trabalhista,
Um difícil dia vai se tornar.

Um dia de nuvens e frio é bom?
Ledo engano do pensamento.
Às opiniões, se somam um tom.
E mudam a todo o momento.

Dividem ideias perdidas.
Discutindo opiniões inúteis,
Perdendo os sentidos das vidas,
Em meras opiniões fúteis.

Mas quem duvida do certo?
Multiplicando nulas equações,
Eh melhor ser sempre inexato,
E aproveitar varias situações.

Já que os números reais,
Mudam a todo o momento,
Estes se tornam naturais,
Na intersecção do esquecimento.

30/01/2012