domingo, 14 de abril de 2013

O poeta

As vezes este meu "Eu",
Insensível e misterioso,
Tem medo do que morreu,
Do que matei eu glorioso.

Esse meu eu já enterrado,
Antigo romântico que ressurge,
E o medo de estar enganado
E este Eu, que qual fera ruge.

Estar ainda vivo em meu peito
Nas trevas do "Ser" habitando,
E no fim das contas o conceito,
E que, é ele que está me matando.

Passageira, cinza nuvem,
Sublinhada pelo destino,
Os medos que ressurgem,
E os pesadelos de menino.

O medo de que o real,
Não passe de uma ilusão,
E que ambos, bem ou mal,
Destruam o bom coração.

Essa carcaça de pedras,
Esse sorriso sem graça,
Desconhecido qual Esdras,
Desaparecera minha raça.

Destino responda me sincero,
Te peco em meu coração,
Pra ti qual é o meu esmero?
Que palavras me definirão?

Poeta tu és sem sentido,
Eis tua resposta pedida,
Em pouco serás esquecido,
Tu és uma Piada da vida.

Palavras que te definem,
Fracasso, erro, mentiras,
És igual a outros, idem,
Não hei de curar suas feridas.

Persegues a perfeição,
Mas neste mundo imundo,
O perfeito é imperfeição,
E ser superficial é profundo.

Poeta tu és embriagado,
Pelos sonhos impossíveis,
Pelo certo que é errado,
E pela monotonia de incríveis.

Ah triste destino, és chato,
Minha loucura, e alegria,
Faço dos sonhos, novo fato,
De versos pequenas poesias.

E mesmo que mudem os fatos,
Não venha a florir meu jardim,
A flor da certeza de meus atos,
Vai sempre florescer em mim.

14/04/2013


terça-feira, 9 de abril de 2013

Desgarrada Poesia

Não te cantam por n'ser bela,
És amiga da Ironia,
Presente, pobreza singela,
Desgarrada Poesia.

Amanhece mais um dia,
Cada caminho, em toda luta,
Ao trabalho com alegria,
Seguem quem, da vida desfruta.
Espere o trem a condução,
No silencio da manhã,
No bater de um coração,
Na doce sintonia de um fã.

(Refrão)
Com o sabor do cansaço,
Já se passou a manhã,
Se alimenta o ser de Aço,
Morde a sobremesa maçã.
Suando negro suor,
Do carvão tira o sustento,
Da pedra busca o melhor,
Faz sua vida do cimento.

(Refrão)
Em sua pausa vespertina,
Refresca a sede, gole de água,
O trabalho não desatina,
Engole a forca sua magoa.
Se refaz com um suspiro,
Pensa na família sustento,
Reassume mais um giro,
Pra enfrentar cada momento.

(Refrão)
Se tardar então o tempo,
O peito pulsa cansado,
Vai o relógio certo e lento,
Fazer do presente, passado.
Um sorriso, uma piada,
Leva o humor pra frente,
Não se preocupe c' nada,
Celebra o fim do expediente.

Não te cantam por n'ser bela,
És amiga da Ironia,
Presente, pobreza singela,
Desgarrada Poesia.

09/04/2013


domingo, 31 de março de 2013

Passagem

Eis o motivo de Alegria,
Neste dia que se faz especial,
O menino da estrela guia,
Cumpre seu destino afinal.

Encheu os corações de Luz,
Caminhou entre os feridos,
Expôs seu corpo numa Cruz,
Querendo redimir os sofridos.

Aos Sábios ensinou novas lições,
E seu grito ecoou aos quatro cantos,
Aos fracos renovou corações,
No terceiro dia enxugou os prantos.

Ele vive e agora está entre vós,
Seja este dia, o dia do reviver,
De tudo que havia bom em nós,
E que disseram que deveria morrer.

Pois a morte não triunfou,
Deus deu a seus filhos o poder,
De como Ele vivo lutou,
Fazermos a paz acontecer.

Depois da “Via Crucis” do mundo,
Que quer lhe carregar de castigo,
Vem a Luz limpar de ti o Imundo,
E celebrar em teu templo abrigo.

Seu corpo, Templo divino,
No sorriso, nele Deus Celebra,
Por ti ele sofreu desde menino,
Até a cruz q’ os seus erros, segrega.

Para que hoje sejas purificado,
O Divino se Fez Cordeiro,
Por nós homens foi imolado,
E vive hoje no mundo inteiro

Feliz Seja Seu dia,
De Doce Celebração,
E que seja também de alegria
O dia da Ressurreição.

31/03/2013


quarta-feira, 27 de março de 2013

Versos Insanos

Ouvi um grito, Silencioso,
Enlouquecedora canção,
Louco Vórtex tenebroso,
Sereias gritam ao coração.

E o fantasma, ali tão vivo,
Talvez fosse um ser,
Fadado aos falsos crivos,
Da real forma de viver.

Escolha suas armas
E indeciso siga em frente,
Tente livrar se dos carmas,
Pois é culpado todo inocente.

Siga o caminho mesmo fechado,
Faça pegadas no esquecimento,
Lembre-se que, antes ter sonhado,
Do que deitar-se no sofrimento.

Escolhas são caminhadas,
Abertas pelo desejo,
Não se perca pelas estradas,
E aproveite cada ensejo.

Aquele canto da sereia,
Amargo encanto do mar,
Salte dele e não da areia,
Evite aos erros se entregar.

Um sorriso, não traz cargos
Tem poder, um bom dia,
Sonhar não tem encargos,
Desejar traz mais alegria.

Que as sereias cantem sim,
E o canto seja um coral,
De um sonho real sem fim,
Que derrube todo mal.

E se faltar a canção tema,
Cifre versos, o Sol é maior,
Fazendo deste leve poema,
Luz a tudo ao derredor.

27/03/2013